Imagem: Family por Bruno, usada sob CC BY-NC-ND 2.0 |
Por volta das vinte e uma horas meu marido me
buscou no serviço e fomos direto para casa dos meus pais. Ao chegamos,
reunimo-nos todos em família para conversamos sobre a situação delicada que
minha irmã se encontrava. Estavam todos presentes do núcleo familiar: pai,
mãe, cunhado, marido e eu. Meu sobrinho estava dormindo. Minha mãe contou todos
os fatos ocorridos naquela tarde e enfatizou a frase dos médicos ao fim da visita a minha irmã, pedindo que ela esperasse a notícia sobre a necessidade
de realizar a cirurgia. Dependendo de como o corpo dela reagisse naquela
noite, talvez fosse necessário realizar a cirurgia às pressas. Se o telefone tocasse,
algo relacionado a isso poderia ser dado como notícia. Não era comum que os
médicos falassem que talvez entrariam em contato, pois quando o período de
visita era encerrado, os familiares só poderiam ter notícia de seu ente internado na UTI por meio do boletim médico das vinte e duas horas, contendo breve e
curta análise periódica do paciente. Raramente o hospital ligava para casa
do paciente para transmitir alguma notícia.
Como família, aquela notícia nos
deixava apreensivos. Então, reunidos, nós sabíamos que tínhamos
que continuar orando e confiando no Senhor apesar de tudo. Uma situação nada fácil. Por alguns
momentos conversarmos sobre como seria se minha irmã inevitavelmente viesse a fazer essa
cirurgia ou como seria se Deus a quisesse levar. Claro que um pouco de tudo
passava pela cabeça, mas em nenhum momento nós perdíamos o foco, pois estávamos
sempre conscientes que Deus estava no controle de tudo. Entregávamos o desejo
do nosso coração ao Senhor, pois naquele momento nossa oração era para que o
cérebro da minha irmã desinchasse, que em nenhum momento ela precisasse
fazer a cirurgia e que, assim, seu corpo fosse restaurado, completando a cura. Nosso
grande desejo era que o Senhor fizesse o melhor segundo Sua vontade, e era para isso que intercedíamos.