Quando internada na UTI, o quadro que minha irmã encontrava-se era
de sonolência, respiração estável e aguardávamos seu corpo reagir. Por poucos
momentos ela ficava acordada. Inicialmente a ela somente foi administrado soro
na veia, porém, por causa da sonolência e por ainda estar no início da reação
ao trauma ela encontrava-se temporariamente sem poder deglutir os alimentos,
por isso ligaram a ela uma sonda gástrica, além de um monitor de pressão.
Pela análise clínica o seu quadro era considerado grave, devendo-se
ficar sob estrita observação, pois pelo trauma sofrido na parte esquerda do
cérebro com comprometimento de 60% o cérebro estava sendo comprimido dentro do
crânio por estar inchado e que lhe provocava a sonolência. Se a compressão não
diminuísse, havia o risco de inchar mais e, nesse caso, teria que ser realizada
uma cirurgia de emergência em que seu crânio teria que ser aberto.
Apesar da situação delicada em que se encontrava, dentro das primeiras
24h internada, ela
começou a fazer os primeiros movimentos com o lado esquerdo do corpo, aquele
que não sofreu comprometimento com acidente no cérebro. Ela ajeitou a coberta
com a mão esquerda, mexia a perna esquerda e abria os olhos. Nos momentos em
que abriu os olhos e alguém estava por perto ela já começava a ensaiar algumas
interações. Mas os médicos sempre alertavam que apesar dela estar
respondendo alguns estímulos seu quadro era muito grave e delicado, com
sério risco de morte, situação que, segundo eles, "inspirava
cuidado".
Naturalmente, essa situação abalava toda a família. Lembro-me que no dia
2 de maio, logo cedo, ao acessar a internet vi uma publicação da minha mãe do
texto bíblico de João 9.1-7:
1 Caminhando
Jesus, viu um homem cego de nascença.
2 E
os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego?
3 Respondeu
Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as
obras de Deus.
4 É
necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite
vem, quando ninguém pode trabalhar.
5 Enquanto
estou no mundo, sou a luz do mundo
6 Dito
isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do
cego,
7 dizendo-lhe:
Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e
voltou vendo.
Em sua publicação minha mãe mostrava que apesar de inicialmente estar
angustiada com toda a situação que estávamos sofrendo, após a essa
leitura sentiu um refrigério na alma. Sabia que Deus estava
cuidando da Patrícia. Creu que Ele, o mesmo Deus que havia curado um cego de
nascença, entre tantos outros milagres, tem poder para preservar o cérebro da
minha irmã e curá-la.
Em cada momento a Graça de Deus mostrava-se intimamente presente
REFERÊNCIAS