sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Confiança no cuidado de Deus: a notícia

Inicialmente, para contextualizar a respeito da experiência que será relatada é necessário falar um pouco a respeito da minha família. Nasci em um lar cristão. Tanto meus avós paternos quanto os maternos receberam ensinamentos cristãos vindo da Igreja Presbiteriana do Brasil. O núcleo familiar no qual nasci é composto por quatro pessoas: pai, mãe, irmã e eu. Minha irmã é a primogênita, casada a oitos anos e tem um filhinho de três anos. Também sou casada há dois anos e ainda não possuo filhos. Temos um laço de união e harmonia imensa, portanto um dos maiores receios que sempre tive na vida era do momento em que teria que receber uma má notícia sobre a vida de algum familiar. Sempre rondava minha mente a forma como reagiria a perda de alguém tão próximo de mim. Sempre que me pegava pensando nisso intercedia a Deus e pedia que me preparasse para saber lidar com essas situações e me fizesse forte e confiante nEle. De forma que nem podia imaginar que em tão breve receberíamos uma má notícia. Mas apesar do futuro incerto, eu sempre tive no coração a certeza que Deus estava cuidando de tudo.
A experiência que desejo partilhar começa na madrugada do dia 1º de maio de 2013. Por volta da cinco horas da manhã de um feriado recebo a ligação do meu pai. Quando ouvi meu celular tocando e vi que era meu pai me ligando, naquele momento sabia que alguma má notícia receberia, porque meu pai sempre me liga para conversar questões pontuais e, se era numa hora como aquela, eu já deveria preparar meu coração. Antes de atender o telefone já acordei meu marido e disse que meu pai estava ligando e que eu sabia que algo sério estava acontecendo. No momento que atendi o celular o meu pai disse: “filha, sua irmã está passando mal e chamamos o SAMU, se arruma e vem para cá ficar com sua mãe”. Ele somente falou isso e desligou o telefone.
Naquele exato momento eu pensei que ela devia estar sofrendo uma crise forte de enxaqueca, pois a semana toda ela estava sentindo dores de cabeça, junto a outros sintomas. Inclusive ela foi ao médico, que a receitou um atestado por dois dias. Porém, no caso dessas dores ela estava achando muito estranho, pois o histórico familiar que temos de enxaqueca é provocado por algum alimento que ingerimos, o organismo não processa bem e acabamos tendo dores e isso geralmente não ocorre mais de uma vez na semana. Demora às vezes meses para os sintomas retornarem se cuidarmos bem da alimentação e tomarmos algumas precações. O que vem no caso nesse momento é que achei que era uma crise de enxaqueca, mas ao momento que desliguei o telefone processei o que meu pai tinha falado e pensei que se estavam chamando o SAMU era algo muito sério, não seria somente uma simples enxaqueca, pois quando temos enxaqueca nem procuramos o médico, sempre tratamos em casa. Então liguei novamente para meu pai e perguntei com detalhes o aconteceu. Ele explicou que ela caiu da cama e estava sem movimentar o corpo, que estava bem rígido, com a boca cerrada e somente com os olhos aberto, porém sem expressão.
Ao desligar o telefone contei o fato ao meu marido e a primeira reação que tivemos foi orar a Deus. Pedi ao Senhor que colocasse a sua mão de graça sobre a cabeça da minha irmã. Não sabíamos o que tinha acontecido, mas pedi que preservasse e restaurasse a cabeça dela, que nada acontecesse com sua mente e que se ela tivesse alguma lesão, que Ele a restaurasse. Também pedi de coração que eu conseguisse lidar com essa notícia e estivesse preparada para apoiar minha família, principalmente minha mãe, a qual eu sabia era a pessoa que mais precisaria de mim. Levantamos, nos arrumamos em alguns minutos e fomos para casa da minha irmã. Quanto mais me aproximava de encontrá-la, mais eu ficava apreensiva.

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