Ao chegar ao portão da casa observamos que a ambulância do SAMU já havia
chegado. Meu pai tinha ligado para uma das irmãs do meu cunhado para acompanhar
minha irmã na ambulância, pois ela é uma ótima pessoa para cuidar e lidar com
essas situações. Quando entramos no portão encontramos com ela, com seu filho
mais velho que fora leva-la e com meu pai. A equipe do SAMU já estava no quarto
e já tinham colocado minha irmã na maca. Eles fizeram alguns testes para ver
seus sinais vitais. Mediram a pressão e verificaram que não estava alterada,
estava no normal dela. Minha irmã tomava remédio de pressão já fazem uns nove
anos. Ela não era hipertensa, a causa dela tomar remédio de pressão era algo
mais simples. Uma das válvulas cardíacas de seu coração não apresenta um
fechamento adequado, causando sinais e sintomas de aumento dos batimentos
cardíacos, o que acelera o coração e aumenta a pressão sendo assim necessário
tomar o remédio, mas nada que comprometesse sua saúde.
Quando chegamos dentro do quarto a cena que nos deparamos foi minha mãe
ajoelhada na cama chorando e clamando a Deus. Meu sobrinho estava em cima da
cama olhando para minha irmã e dizendo, "Olha! Mamãe doente". Meu
cunhado ajudava o SAMU abrindo espaço dos móveis do quarto para que a maca
pudesse ser tirada de lá. A cena dela saindo do quarto é a que mais me marcou,
o único movimento do corpo que ela fazia era mexer os olhos, um olhar amplo que
olhava para todas as direções sem foco. Minha vontade é de que ela estivesse
ali olhando para mim e que me escutasse quando eu disse: "Eu te amo
muito".
Minha irmã foi levada para o hospital que sempre consultamos, próximo de
casa. Acompanhando-a ao hospital foram meu cunhado e sua irmã. Ao chegarem ao
hospital, os médicos ao, examinando-a, inicialmente não souberam dizer o que
ela tinha e disseram ser necessário fazer vários exames para emitirem um
diagnóstico. Enquanto isso, ela ficou em observação na sala de emergência em
monitoramento constante. Ela não mudou de reação e continuava somente com os
olhos abertos e sem nenhum movimento no corpo. Os médicos não utilizaram de
nenhum procedimento enquanto não saiu o resultado dos exames, pois ela
respirava normal e os batimentos cardíacos também estavam normais. Na visão da
equipe médica o procedimento era aguardar os exames.
Em casa com minha mãe, estávamos apreensivos, porém sempre confiantes de
que o Senhor estava no controle de tudo.
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