segunda-feira, 24 de março de 2014

Confiança no cuidado de Deus: esperança

Imagem: Brotinho por L. Rodrigo, usada sob CC BY-NC-ND 2.0

Passamos a madrugada do dia 2 para 3 de maio com o coração entregue a Deus e em oração, confiando no SENHOR de que não seria necessário a Patrícia passar por intervenção cirúrgica e na expectativa de não receber nenhum ligação do hospital com nenhuma notícia pesarosa. A noite transcorreu tranquilamente e o alvorecer do dia 3 de maio chegou com a mais santa paz e tranquilidade sem más notícias.
A manhã passou tão tranquila quanto a madrugada anterior e aproximou-se o horário da 16h quando permitem as visitas na UTI. Nesse dia tive o privilégio de entrar com minha mãe para visitar minha irmã. Na sala de espera, aguardando o momento de entrar, meu coração se acelerava com a expectativa de como seria reencontrar minha irmã e como eu reagiria ao vê-la no leito de UTI, pois era a primeira vez que eu a veria desde o acidente.
Ao entrar na UTI a encontramos repousando, pois ela ainda se encontrava em estado de bastante sonolência. Segurei e fiz carinho em sua mão e toquei em seu rosto. Eu e minha mãe começamos a conversar com ela para ver se ela despertava um pouco do sono e interagia conosco. Ela abriu os olhos e, como minha mãe a estava acompanhando mais de perto, observou que seu olhar apresentava um aspecto melhor. Ao despertar, ainda sonolenta, começamos a fazer algumas perguntas e ela começou a interagir, respondendo as nossas perguntas com gestos leves tanto com a cabeça, quanto com a mão esquerda. Como era a primeira vez que estava tendo contato com ela eu a senti distante e a sensação que tive era que ela não queria me ver, com uma expressão séria. Mas isso era somente impressão minha, pois a situação que ela se encontrava era muito delicada. Ela ainda estava voltando a si e reaprendendo utilizar seu corpo e sentidos de forma geral para interagir com o meio em que se encontrava.
Uma forma que usei para avaliar se ela estava consciente e a par do que estava acontecendo foi fazendo uma brincadeira: disse que ela teria que melhorar logo para voltarmos na loja de sapatos à qual fomos juntas no dia 30 de março para olhar com calma os sapatos, já que nesse dia realizamos várias atividades e não deu tempo de olhar com calma essa loja, que encontramos em um de nossos percursos. Nesse momento ela deu um sorrisinho bem leve somente com o lado esquerdo do rosto. Essa expressão produziu em mim e em nossa mãe um renovo e saltamos de alegria. Com isso, fiz outra brincadeira. Disse que eu achava que ela estava com uma expressão fechada para mim, pois, quando me viu entrando, sabia que seu marido não mais entraria naquele dia por causa à limitação de visitas da UTI. Nesse momento ela abriu um pouco mais o sorriso e saiu lágrimas em seus olhos, parecia que ela sentia um misto de emoção com alegria. Então, eu lhe tranquilizei dizendo que podia ficar feliz que o médico liberou para meu cunhado visitá-la nos últimos minutos. Eu sairia e ele entraria, mais uma vez ela apresentou um leve sorriso. No finalzinho da visita dois médicos apareceram para apresentar o relatório médico daquele dia e disseram que o quadro dela continuava a inspirar cuidado, mas que ela já havia apresentado melhoras com relação ao dia anterior e depois disseram o que nós mais ansiávamos em ouvir. Não seria mais necessário realizar a intervenção cirúrgica. O corpo dela estava reagindo e apresentando melhoras, de forma que o inchaço do cérebro não havia se desenvolvido. Escutar essas palavras foi um momento grande alegria e nos fez ter ainda mais motivos de gratidão. As esperanças aumentavam que em breve ela iria sair da UTI.